Não sei se a diferença entre viver e morrer é simplesmente existir. A cada dia morremos ou vivemos mais um pouco? Pensava sobre esse assunto e recebi de um amigo o texto abaixo.
Morre lentamente quem não troca de idéias, não troca de discurso, evita as próprias contradições.
Morre lentamente quem vira escravo do hábito, repetindo todos os dias o mesmo trajeto e as mesmas compras no supermercado.
Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru e seu parceiro diário.
Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o preto no branco e os pingos nos is a um turbilhão de emoções indomáveis.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho, quem não se permite, uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não acha graça de si mesmo.
Morre lentamente quem destrói seu amor-próprio.
Morre lentamente quem não trabalha e quem não estuda, e na maioria das vezes isso não é opção e, sim, destino
Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da chuva incessante, desistindo de um projeto antes de iniciá-lo, não perguntando sobre um assunto que desconhece e não respondendo quando lhe indagam o que sabe. Morre muita gente lentamente, e esta é a morte mais ingrata e traiçoeira, pois quando ela se aproxima de verdade, aí já estamos muito destreinados para percorrer o pouco tempo restante.
Fragmentos do texto A Morte Devagar, de Martha Medeiros. (RM)
Delicia de leitura! Muito bom!
Nota mil!
Tks casal!! Bjs
Adorei. Muito lindo e verdadeiro…
Adoro Martha Medeiros!! Numa das crônicas do livro Doidas e Santas ela diz mais ou menos assim (o livro não era meu)… “o contrário da morte não é a vida, é o amor!… “. Nunca mais esqueci! Essa semana assisti o documentário Grey Gardens, que fala sobre Edith Bouvier Beale (mãe e filha homônimas) que foram morrendo dia após dia sem sair de uma casa, que por falta de dinheiro e vida de suas moradoras virou um lugar fétido e insalubre. Lembrei de novo da frase da Martha Medeiros porque aquelas mulheres estavam completamente destituídas de amor. De amor de alguém, de amor por alguém. O filme me afetou de um jeito, que quando li o post precisei desabar, digo, desabafar!!
Sorry e bjos!!