Um tributo a superioridade
Limpava o banheiro do aeroporto, quando viu três moças da sua idade conversando sobre o trabalho. Uma delas dava instruções às outras duas. Parou de recolher o lixo, ficou escutando. Resolveu perguntar como elas conseguiram aquele emprego, se foi indicação ou via agência. A moça que dava instruções às outras duas, passou as orientações superficialmente, com certo desdém. A moça da limpeza, com olhos atentos a tudo que era dito, repetia ‘tenho estudo… tenho estudo e não quero ficar limpando banheiro’. A moça que dava as instruções sequer lhe dirigia o olhar. Acabou de lavar a mão e foi embora, levando com ela a indiferença e o sorrisinho de deboche. A moça da limpeza ficou alguns segundos parada com a mão na cintura. Virou e voltou a recolher o lixo.
Nossa assistente, que é baiana, pediu um adiantamento de férias para buscar a mãe que está doente. Sabe como é, ela não pode deixar a mãe ser cuidada por baiano. Não vai prestar. Melhor trazer para São Paulo.
E por fim, deixo esse vídeo. Uma reflexão sobre todos aqueles que trazem cunhado na pele, na classe, na alma, a condição de serem julgados inferiores. (RM)