Limpava o banheiro do aeroporto, quando viu três moças da sua idade conversando sobre o trabalho. Uma delas dava instruções às outras duas. Parou de recolher o lixo, ficou escutando. Resolveu perguntar como elas conseguiram aquele emprego, se foi indicação ou via agência. A moça que dava instruções às outras duas, passou as orientações superficialmente, com certo desdém. A moça da limpeza, com olhos atentos a tudo que era dito, repetia ‘tenho estudo… tenho estudo e não quero ficar limpando banheiro’. A moça que dava as instruções sequer lhe dirigia o olhar. Acabou de lavar a mão e foi embora, levando com ela a indiferença e o sorrisinho de deboche. A moça da limpeza ficou alguns segundos parada com a mão na cintura. Virou e voltou a recolher o lixo.
Nossa assistente, que é baiana, pediu um adiantamento de férias para buscar a mãe que está doente. Sabe como é, ela não pode deixar a mãe ser cuidada por baiano. Não vai prestar. Melhor trazer para São Paulo.
E por fim, deixo esse vídeo. Uma reflexão sobre todos aqueles que trazem cunhado na pele, na classe, na alma, a condição de serem julgados inferiores. (RM)
É uma realidade triste e deprimente. Algo que muitos preferem fazer de conta que não existe. Lamento, ainda mais, pelas pessoas que se “pré conceituam” perante as outras, e visivelmente se posicionam para serem rotuladas como minoria ou “inferiores”.
Em inglês usamos uma palavra interessante, profiling ( de perfil ) que parece um pouco mais bonitinha.
Essa pessoa tem um perfil “de terrorista”..rs e tem uma falsa conotação de não ser oficialmente preconceito… O que é perfil de terrorista ?
É pobre mas é limpinho…
É feia mas é suuuuper simpática…
ou outro, que quase ninguém nota..
É rico pra caramba mas é legal !!