arquivo | junho, 2012
Amélia não é mulher de verdade
É desolador constatar que ainda precisamos nos apoiar em uma figura masculina para conquistar algumas coisas, mesmo em situações corriqueiras. Com frequência uso o status de homem do meu marido para resolver pequenos problemas. E antes que você estufe o peito e diga eu resolvo tudo sozinha, saiba que eu também resolvo tudo sozinha. Por isso lhe digo: se fossemos homens seria mais fácil. Seja com a coordenadora do colégio, com o gerente do banco, com o motoqueiro que se estatela na traseira do carro. No trabalho tive, muitas vezes, vontade de ser homem. Mesmo na nossa condição mais sagrada, da maternidade, eu tive vontade em alguns momentos de ser homem. Tem coisas que só podem sair da fantasia de um homem. Se eles passassem 9 meses enjoando, engordando e pingando leite, jamais inventariam essa história de padecer no paraíso. Por essas e por muitas outras tenho vontade de ser homem, mas nessa última semana a vontade de mudar de gênero foi por conta da Carol Francischini. Nunca tinha ouvido falar dessa menina e de repente ela se tornou o assunto do momento. Primeiro por ser pivô da separação do Gagliasso. E agora o bafafá em torno da paternidade do bebê, com direito a enquete nos principais portais de notícias. Ele pegador, ela piriguete. Tenho uma preguiça enorme dessas causas que deveriam fazer parte do passado. Esse momento da história não deveria ser uma fase pós-feminista, pós-racial, pós-homofóbica? Nas notícias de hoje tem a lista dos últimos relacionamentos da Carol, cota nas universidades e dois irmãos que, confundidos com homossexuais, foram espancados. Um sobreviveu. (RM)
Tamo Junto
O coordenador telefona para avisar ao pai de um aluno que seu filho será suspenso porque saiu da escola sem autorização. No dia seguinte tem uma prova importante, o pai tenta negociar mas não tem jeito, suspensão não dá pra adiar. Conformado e ‘p’ da vida com o filho, ele desabafa dizendo que também vai punir o menino, do jeito dele: nada de jogo do Corinthians essa semana. Tem certeza? Caramba, proibir de ir ao jogo? A resposta veio firme: Claro! Na minha casa esse é o único castigo que funciona.
Desligaram. O coordenador não teve dúvida, desistiu da suspensão na hora.
Essa história aconteceu mesmo, há pouco tempo. Mas achei legal contar hoje porque os envolvidos, nesse momento, já estão nas imediações da Bombonera, preparados para se infiltrar na torcida do Boca Juniors já que esgotaram-se os ingressos da Fiel. Vale tudo, até assistir o jogo com a camiseta do outro time, de bico calado, por fidelidade ao escudo do timão.
Ainda bem que não foi esse o jogo dado em sacrifício pelo mau comportamento. Porque deixar de assistir a final da Libertadores, contra os Argentinos…
peraí maluco, tamo junto, na moral!
Nem um Corinthiano merece um castigo desses. (RL)
Reparações de uma pré-adolescente
Respeitamos mais aqueles que não nos aceitam.
De que adianta fazer redação se na vida real usamos apenas 140 caracteres?
Gente linda gera gentileza.
O maior medo da humanidade não é morrer. É ficar offline.
(RM)